Denise e Eduardo Ribeiro

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Olá, meu nome é Denise Ribeiro, sou casada com Eduardo Ribeiro e somos pais de um anjo chamado Thais. Vou começar contando um pouco da nossa historia.

Em 2002, deixei o Brasil com meu filho Thulio de 6 anos, para viver com minha mãe e alguns irmãos em Ashland, Massachusetts. Em setembro de 2003, conheci o Eduardo. Ele já morava aqui há alguns anos; e como eu, ele tinha filhos de seu primeiro casamento: Edward com 7 anos e Emanuelly com 5 anos. Criamos juntos nossos 3 filhos, e sempre com o sonho de um quarto filho(a). 

Em 2006, descobri que estava grávida; mas acabei tendo um aborto espontâneo. Começava ai anos de tristezas e decepções, até a completa desistência. E para nossa surpresa, em janeiro de 2011, descobri que estava grávida e com a descoberta veio o medo e ao mesmo tempo a alegria. Medo de outro aborto, e alegria por não acreditar mais que pudesse engravidar. O tempo foi passando e com ele fomos perdendo o medo e tomando confiança que aquela gravidez iria até o final.


Aos 3 meses de gravidez meu médico pediu que fizesse um exame de sangue no qual poderia ser detectado alguma possibilidade de nosso bebê ter Síndrome de Down; e o resultado veio com a possibilidade real dela existir. Fomos enviados para um hospital na cidade de Newton Mass, onde seriam feitos exames mais específicos, ultrassonografia e translucência nucal. O resultado dos exames nos trouxe novamente muita alegria e tristeza ao mesmo tempo. Descobrimos que teríamos uma menina, os médicos não conseguiram ver sinais da Síndrome de Down; mas não conseguiram encontrar o estômago do bebê. A preocupação com a saúde dela começava antes mesmo de seu nascimento.
Fomos enviados para o Boston Children Hospital, em Boston Mass, e ali iríamos fazer novos exames de ultrassonografia, e de tomografia computadorizada. Graças a Deus, o estômago estava em perfeitas condições; e mais uma vez não conseguiram detectar a Síndrome. Então fomos procurados por uma médica do hospital para fazermos um último exame que poderia detectar a Síndrome de Down: Amniocentese. Esse exame nos daria a resposta; porém, poderia colocar em risco a vida do nosso bebê. Então nos recusamos a fazer; porque a resposta nada iria mudar para nós. Se ela tivesse, ou não Síndrome de Down, o nosso amor por ela seria o mesmo!

Voltamos para casa com uma única certeza, a de que aquele bebê era um presente de Deus e iríamos finalmente aproveitar cada minuto daquela gravidez tão esperada! E assim o fizemos.

Meu parto seria cesárea e foi marcado para o dia 22 de setembro de 2011; uma semana antes recebi a noticia que seria adiantado para o dia 21 de setembro. Começava ai os primeiros sinais, e acredito eu, enviados por Deus sobre a “Trissomia 21.”

Dois dias antes do meu parto, como de costume, fomos à igreja; e durante a comunhão alguma coisa me chamou a atenção, olhei para traz e era uma criança que eu nunca havia visto na igreja, e que nunca mais vi. Ela acenava para mim, e adivinhem? ”Trissomia 21! Sim, ela tinha Síndrome de Down!

Mas em nenhuma das 2 vezes percebemos a ligação.

E o dia tão esperado chegou; o dia em que iriamos ver pela primeira vez o rostinho da nossa princesa Thais! E como todos podem imaginar, nós mães temos a capacidade de nos apaixonar a primeira vista cada vez que nasce um filho, e eu me apaixonei mais uma vez!

Recebemos os primeiros atendimentos na sala de parto; eu fui para meu quarto e Thais para o berçário, onde iria ser preparada para nós. Não demorou muito para que a trouxessem. Foi quando ao tentar amamentar pela primeira vez que percebi certa dificuldade dela em respirar, chamamos a enfermeira que imediatamente a levou para que fossem verificados novamente os sinais vitais da Thais. Depois de algum tempo veio a notícia de que ela estava na UTI Neonatal; o nível de oxigênio do sangue estava muito baixo, e que havia sinais da Síndrome de Down. Mais uma vez alegria e medo se misturavam, nossa filha seria separada de nós. O nível de oxigênio teria que estabilizar; caso contrário eu receberia alta quando completasse 4 dias no hospital e ela ficariam na UTI até que isso acontecesse. Mas Deus não permitiu, e 4 dias após o nascimento deixamos o hospital com nosso presente nos braços; mas sem o resultado dos exames que seriam nos passados 2 dias depois em nossa primeira consulta com a pediatra da família há mais de 15 anos.

Nesse dia, um último sinal nos foi enviado; na manhã do dia da consulta tínhamos que ir ao supermercado, e fomos ao mesmo que sempre
frequentávamos; foi então que percebi ali trabalhando uma moça, que já estava lá há alguns anos, e eu nunca a tinha visto, e mais uma vez a ”trissomia 21”.

Chegamos a clínica e fomos conduzidos à sala de exames e aguardamos a chegada da pediatra que finalmente traria a resposta para nossa pergunta; e assim, descobrimos que nossa menina tinha sido diagnosticada ou abençoada ou como qualquer pai possa entender, com a Síndrome de Down. Um anjo nos foi enviado e como meu marido sempre diz “vivemos para ela”.

Começava ali uma nova etapa de nossas vidas. Parei de trabalhar para ter tempo para ela; sabia que teríamos um longo caminho a percorrer: terapias, médicos, exames e etc. Um mundo novo foi colocado diante de nós no momento do diagnóstico; um mundo de muitas incertezas, ensinamentos e principalmente de aprendizados, mas um mundo de muito amor.

Thais hoje esta com 4 anos, preste a completar 5 no próximo dia 21. Muita coisa aconteceu nesses quase 5 anos de vida de nossa princesa. Tivemos momentos difíceis, de medo, de incertezas; mas, tivemos momentos de alegrias, vitórias e acima de tudo momentos de amor. Cada dia ao lado dela é um dia de aprendizado para ela, mas principalmente para nós! Aprendemos que devemos viver um dia de cada vez, e descobrimos com ela o melhor que existe em cada um de nós e nas outras pessoas também; aprendemos a não julgar quando não conhecemos, e a ver pureza e inocência em tudo e em todos. Sabemos que temos um caminho longo a ser percorrido, mas com a união das nossas famílias e amigos, superaremos todas as dificuldades sempre e com muito amor.

 

Por Denise e Eduardo Ribeiro

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