Meu nome é Micheline Ribeiro de Almeida, sou enfermeira, casada com Marcos Antônio Moreira e somos pais da bonequinha Lara de 1 ano e 1 mês. Vou tentar fazer um resumo da chegada do meu anjinho em nossas vidas. Sempre tive um desejo em meu coração de ter um casal de filhos e Deus nos abençoou assim. Primeiro veio nosso príncipe Igor de 4 anos e depois de 3 anos chegou nossa princesinha. Foi um ano na tentativa de engravidar e pedindo à Deus que realizasse o desejo do meu coração de ter uma filha. Em uma noite de adoração à Santíssima Trindade, tive a revelação que Deus tem o tempo certo para fazer a obra, e que estava demorando porque era especial, que eu poderia descansar no senhor e minha cunhada olhou para mim e disse, esse recado é para você. E assim se fez no mês seguinte estava grávida e ao saber da gravidez tive a certeza que era minha menininha.
Algumas pessoas duvidavam que era mesmo uma menina e quando me perguntavam se já havia pensado no nome, sempre dizia Lara e eles comentavam e se for menino e eu respondia de forma convicta que era uma menina, pois meu coração dizia que podia confiar, pois eu seria mamãe de uma linda menina.
Fiz o acompanhamento do pré-natal com direitos a todos os exames necessários de uma gestante, nenhum resultado havia dado qualquer alteração. Uma gestação tranquila e enlouquecendo no mundo ROSA rsrs.
A data da Cesariana foi marcada para o dia 22 de julho de 2015. Lara nasceu naquela manhã linda, eu não me continha de tanta felicidade em finalmente poder estar com ela em meus braços. Ainda na sala de parto quando colocaram a Lara ao meu lado percebi os sinais da Síndrome. Olhei para a minha amiga Eremita, também enfermeira e para o Dr. Víctor médico amigo da família e perguntei para eles se estava tudo bem, e me responderam que sim. Ao acordar no quarto, minha amiga estava ao meu lado novamente e tornei a perguntar se estava tudo bem com a Lara, pois a achei ela com as características fenotípicas da trissomia 21, quando ela também me disse que notou a mesma coisa e que ela havia perguntado ao pediatra que acompanhou na sala de parto sobre a possibilidade e ele havia descartado. Meu coração estava desinquieto e pedi ao meu esposo se havia condições de pedir ao meu pediatra de confiança se poderia ir até o hospital para avaliar a Lara, meu esposo e outras pessoas na hora não concordaram com minha atitude, mas não sosseguei enquanto o médico não foi até o quarto.
Após 2 dias recebi a visita tão esperada do pediatra, estava sozinha no quarto, pois a técnica de enfermagem que é um anjo de profissional, a Neuda, havia levado a Lara para o berçário acompanhada da minha cunhada.
Ao entrar no quarto o pediatra havia acabado de realizar os testes e a avaliação da Lara no berçário e que para ele não restava dúvida mediante a avaliação clinica que minha filha tinha a Síndrome de Down, mas que seria necessário o exame Cariótipo para confirmação. Aquele momento eu fiquei sozinha no quarto e ouvi o médico me confirmar a minha suspeita. Me senti à beira de um abismo. Como seria capaz de cuidar de uma criança especial, as rotinas, fisioterapia, fono e terapeuta ocupacional entre outras responsabilidades? Pensei: não serei capaz, não vou conseguir. O medo tinha roubado meu sonho.
Quando meu esposo chegou ao quarto e me viu naquele estado de choque, talvez essa não seria a palavra correta, mas o medo do novo e do inesperado tomava conta de mim. Meu esposo de forma tranquila, calmo e sereno, olhou para mim e me disse que estava preocupado comigo, se eu ficaria bem, pois o diagnostico não mudaria o amor que ele estava sentindo por nossa filha. Naquele momento tive a sensação que estava caindo no abismo e ele me estendeu sua mão e me tirou de lá. O que eu precisava ouvir naquela hora, eram essas palavras, ter o apoio incondicional de um homem, um esposo e um pai para me ajudar a educar uma criança especial.
Quando segurei minha pequena pela primeira vez não contive a emoção. Senti um amor tão grande me envolvendo que nem sei descrever direito esse sentimento que havia tomado conta de mim. Tinha uma certeza que Deus havia me enviado um anjo em minha vida. Ficava olhando horas para aquele rostinho perfeito e angelical. Mas de uma coisa sempre tive certeza que não era mais a Lara que era especial e sim Eu e meu Esposo, pois Deus havia escolhido nossa família para cuidar desse anjinho.
Nosso filho Igor era pura alegria com a chegada da irmãzinha, sempre muito amoroso e cuidador com ela. Um amor que me enche de orgulho todos os dias. Sei que será um parceirão dela seu herói.
Hoje a Lara é o xodó de nossa família e tem nos dado muito orgulho. Seu desenvolvimento está maravilhoso e cada superação dela é nossa festa.
Por Micheline Ribeiro de Almeida
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